domingo, 26 de fevereiro de 2012

FRIDA - O Filme

O filme trata da vida de Frida Kahlo, sua obra, seu engamento político e sobretudo do seu indissociável e turbulento relacionamento com o maior artista mexicano da 1ª metade do século XX, o muralista Diego Rivera.
 
A obra de Frida pode ser comparada a um espelho psíquico. Navegando entre o mórbido e o belo em seus auto-retratos, ela conseguia demonstrar os dilemas, as crises, as dores e as ironias
de um espirito forte e inquieto. 

Suas posições políticas sempre foram muito bem definidas. Envolveu-se já na adolecência com a juventude comunista e na fase adulta, seguindo o marido, ingressou no Partido Comunista Mexicano . Sem falar de seu envolvimento amoroso com Leon Trostky, ícone da revolução russa. 

Diego Rivera, mulherengo assumido, ótimo amigo é péssimo marido, fez da vida de Frida um constante looping entre céu e inferno e talvez seja o motivo maior da originalidade de sua vida e obra já que Frida sempre se recuperava das traições do marido ou na cama de outro homem, ou de outra mulher, ou sobre a tela em branco onde repousava suas expressões biográficas mais intimas. 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

POEMA DE NEGÓCIOS - com ênfase em felicidade humana




Não quero mais ter uma empresa dessas S.A.
não farei mais aquele M.B.A que você sempre diz
Daqui pra frente será só S. A. M. B. A
e aí sim... serei feliz!

Haroldo Porto




sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Finanças Póeticas


Ê vida dura! É só lida
Lida e mais lida
E esses costumes de poeta
essa boemia, 
essa conta no sebo,
estão deixando meu salário líquido
cada dia mais gasoso.


Haroldo Porto


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O VELÓRIO DO SAMBA


            Fui ao velório do samba
            E fiquei decepcionado
            Quando cheguei chorando
            E acabei por saber
            Que o malandro era o culpado.
            Com três golpes de navalha
            E um acorde fora do tom,
            O Samba agonizando
            E o homicídio consumado

            E agonia não acabava ,
            Uma tristeza daquelas que devora
            O jovem senhor deitado,
            Num linho branco sem igual
            E ao redor nem Maria nem Aurora
            Só uma mulher chorava.
            E o pior que era a matriz
            Não era nem a filial.

            Pro coitado do samba
            Já chegada a hora dos sete palmos
            Seu nome indo pra lama
            E nada de fita amarela
            E nem de roda de bamba,
            Não tinha mulata e nem harmonia
            Só uns senhores bem calmos
            Que tomavam água que nem ardia. 
    
            Foi quando Amélia me acordou:
            Acorda que o Arnesto ta ai fora
            Meu coração aí se aliviou
            E eu me levantei sem demora
            Peguei meu chapéu branco
            Ajeitei meu anel de bamba
            E fui pra casa da nega...
            Ver o sol nascer com o Samba



                        Haroldo Porto



segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Livro: A morte de Ivan Ilitch - Leon Tolstoi

Numa obra de nuances atemporais, Tolstoi descreve numa narrativa não linear, coisa pouco comum para a época, a "gloriosa" vida de Ivan Ilitch, personagem fictícia de um magistrado bem sucedido e influente da Rússia do fim do século XIX.

Alegoria muito bem construída de uma situação que poderia facilmente se confundir com a de um sujeito de nosso tempo: O homem que direciona todos os seus esforços e sua essência para a relação com o trabalho, e só quando se vê acometido por uma doença incurável passa a ter noção real da finitude da vida e consequentemente do quanto a sua carreira fora importante para desviá-lo de sua própria existência. Em outras palavras, mais um homem (ou menos  um, se preferir) que passou pela vida como uma "importantíssima" peça da engrenagem social contemporânea.  

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Poema: Rego Junior



ORDEM NUMÉRICA

Nem a guerra fria
esquentando a ganância
de suas cédulas capitalistas,

Nem as máquinas em serviço
lucrando alto nos países baixos.

De que serve o bolso farto
e a mente vazia?

Por que enquadrar a Turquia em primeiro lugar,
e emoldurar a América Anglosaxônica?

Se depois de Mercúrio, Vênus...
somos todos terceiro mundo


Rego Junior